Comit
Estadual pela Verdade, Memria e
Justia RN
Centro
de Direitos Humanos e Memria Popular
CDHMP
Rua Vigrio Bartolomeu, 635 Salas
606 e 607 Centro
CEP 59.025-904 Natal RN
84 3211.5428
[email protected] 1y4a60
Envie-nos
dados e informaes: |
 |
 |
 |
 |
 |
 |
Comisses
da Verdade Brasil | Comisses
da Verdade Mundo
Comit
de Verdade Estados | Comit
da Verdade RN
Inicial
| Reprimidos
RN | Mortos
Desaparecidos Polticos RN |
Repressores
RN
Militantes
Reprimidos no Rio Grande do Norte
Raimundo Ubirajara de Macedo
Livros
e Publicaes
...
e l fora se falava em liberdade
Ubirajara Macedo, Sebo Vermelho
2001
As
punies
No
me lembro do que ocorreu a vrios
companheiros depois da Anistia. Com a ajuda
dos irmos Paulo Oliveira e Guaracy
soube que depois do relatrio apresentado
pelos policiais Carlos Veras e Jos
Domingos, vindos de Recife para apurar a
“subverso” no Rio Grande
do Norte, foram demitidos pelo Governo Aluizio
Alves, por fora do Ato Institucional
n 1: Carlos Lima, do gabinete do Prefeito;
Paulo Frassinetti de Oliveira, da Secretaria
Municipal; Guaracy Queiroz Oliveira, da
Cmara Municipal de Natal, e Moacyr
de Ges, do gabinete do Prefeito.
Posteriormente, todos eles foram reintegrados
judicialmente aos seus respectivos cargos,
com seus direitos e vantagens assegurados.
Fugindo da rea estadual, mais precisamente
nos Correios e Telgrafos citamos
aqui o caso de Luiz Gonzaga de Souza, telegrafista
que na poca da “gloriosa”
era o diretor regional. Luiz, que ainda
ou alguns meses preso em uma delegacia
das Rocas, juntamente com o professor Jos
Fernandes Machado, logo depois da anistia
foi chamado sua antiga repartio
para optar se continuaria a trabalhar ou
se suja esposa continuaria a receber a penso
que estava recebendo como se fosse viva.
Ele no quis nem uma coisa nem outra
e disse para lhe oferecia tais benesses:
“Nada quero. O que desejo
que me deixem em paz, porque tenho coragem
suficiente para exercer minha profisso”.
E foi trabalhar em Currais Novos como professor.
Foi ainda perseguido, pois havia sido nomeado
para lecionar numa escola municipal daquela
cidade, mas o prefeito recebeu ordens para
desfazer o ato de nomeao
, uma vez que o nomeado era “comunista
perigoso”, e assim jogaria as crianas
daquela cidade no “inferno vermelho”.
O governador de ento, Cortez Pereira,
interviu a favor de Luiz, e o ato foi mantido.
Mas o nosso poeta no aceitou e foi
lecionar em um colgio particular,
num gesto muito digno, por sinal. Diga-se
de agem que a ordem para desfazer o
ato de nomeao do professor
partiu do Comando Militar em Natal. Jos
Fernandes tambm no aceitou
voltar para os Correios depois da anistia.
Sua esposa renunciou a imoral penso
(de marido vivo) e Machado foi nomeado para
a Universidade, depois de aprovado em concurso.
Foi outra luta, porque os milicos no
queriam que o homem trabalhasse, mas com
muita dignidade, o reitor na poca,
Digenes da Cunha Lima, atuou firme
e manteve a nomeao de Jos
Fernandes Machado.
E se pergunta agora: “Qu anistia
foi essa?” Depois de certo tempo,
Fernandes fez concurso para Juiz de Direito,
tendo sido aprovado. A, outra luta
para ser nomeado. Infelizmente, pouco depois
ele se foi, ficando a saudade de um homem
que nunca se dobrou aos poderosos. No
tenho informaes a respeito
de Moiss Grilo, outro grande batalhador
pelas causas populares. Mas sei que est
tranquilo com sua famlia e com a
mesma dignidade que sempre o marcou. No
podia nem esperar outra coisa de um homem
honesto, trabalhador e srio como
sempre foi o nosso Moiss Grilo.
^
Subir
<
Voltar |