Projeto DHnet
Ponto de Cultura
Podcasts
Apresentao
Trajetria de Vida
Escritos & Reflexes
Atuao Jurdica
ABC Vtimas da Ditadura
Matrias na Mdia
Correspondncias
Processos
Arquivos Multimedia
Galeria Virtual
Acervo Mrcia
Direitos Humanos
Desejos Humanos
Educao EDH
Cibercidadania
Memria Histrica
Arte e Cultura
Central de Denncias
Rede Brasil
Redes Estaduais
Rede Estadual RN
Rede Lusfona
Rede Mercosul

1g2312

Mrcia contesta livro de Paulo Cavalcanti DIRIO DE PERNAMBUCO – 15.03.81 2u2v6v

Defensora de presos polticos no Recife, nas dcadas de 60 e 70, a advogada Mrcia Albuquerque, radicada atualmente em Braslia, de agem pela capital pernambucana, integrou-se lista daqueles que vm discordando da verso dada a certos acontecimentos relacionados com os perodos pr e ps-revolucionrio, pelo escritor Paulo Cavalcanti, no seu livro “O caso eu conto como o caso foi”.

Revela a advogada Mrcia Albuquerque que j no primeiro volume do livro havia notado vrios enganos, aos quais no dispensou maior importncia, por no mover nenhum propsito de polmica ou autopromoo. Mas agora, ante a insistncia do reprter do DIRIO, e pelo fato de ter sido procurada por muitas pessoas que viveram aquela poca, inclusive ex-clientes seus, resolveu falar, “honrando um compromisso com a verdadeira histria”.

Faz questo tambm de frisar a advogada que nenhuma inteno de polemizar a move no momento, mesmo porque entre ela e o escritor Paulo Cavalcanti e famlia havia uma amizade fraterna, reconhecendo que ele sempre a incentivou no desempenho de suas funes durante o perodo que antecedeu e se seguiu Revoluo de 64. Segundo ela, o Sr. Paulo Cavalcanti muita a ajudou em termos profissionais, naquele perodo, a exemplo de outros juristas pernambucanos como os advogados Jerson Maciel, Boris Trindade, Rui Antunes, Fernando Tasso, Joo Batista Fonseca, Demerval Lelis, Carlos Moreira, “sem jamais esquecer Srgio Murilo”, alm de pessoas outras que no mediam esforos para ajud-la “no desempenho da misso a que me propa, e em tempos difceis para mim, quando at de recorrer Auditoria Militar para datilografar uma simples razo final, por no dispor de escritrio prprio, invocando o testemunho do bacharel Fernando Tasso para comprovao do que afirmo”.

Mas a verdade acentua Mrcia Albuquerque que enganos ocorreram, e nos quais o Sr. Paulo Cavalcanti incorreu por no ter recorrido s fontes fidedignas para consulta. Ressalte-se todavia o erro maior cometido pelo autor: nesse aspecto de defesa de presos polticos eu jamais, quando a ela me referisse, usaria a primeira pessoa, j que em se falando de defesa de presos polticos em Pernambuco, naquele perodo, no se deve nunca esquecer que dela houve a participao no s de advogados, pessoas outras que muito ajudaram, at mesmo movidas por motivos desvinculados de conotaes profissionais ou polticas.

Exemplifica a ajuda recebida daquelas pessoas citando a solidariedade que recebeu de um delegado de polcia da Capital que, segundo ela, muitas vezes alertou-a para o fato de estar se expondo muito. De um cidado por nome Gadelha, citado pelo escritor como presidente da Arena, detalhe este que despreza, j que “o que conta que nos momentos cruciantes era ele o motorista com quem contava, j que no possua carro”. Ressalta ainda Mrcia Albuquerque que poderia citar inmeras outras pessoas que deram ajuda valiosa naquele perodo, “muitas delas at no partilhando de idias de esquerda”.

a a advogada Mrcia Albuquerque a enumerar alguns dos enganos em que incorreu o escritor Paulo Cavalcanti no segundo volume de “O caso eu conto...”, os quais ela entende devam ser esclarecidos “a bem da verdade histrica”.

Cita a pgina 18, onde consta que nos autos de apreenso referentes a Henrique Roberto Ramires Pinheiro fora apreendida carta de amor dele a Zodja de Lima Pereira. Enfatiza a advogada que naqueles autos nem no processo consta nenhuma carta ou bilhete de amor.

Na pgina 77 consta que os alunos da Universidade Rural colocavam piche nas cadeiras dos professores, ressaltando a advogada que no procede essa afirmativa. Na pgina 71, citado um secretrio do Partido do qual Paulo Cavalcanti omite o nome, qualificado de delator. A advogada diz que o secretrio que ela conheceu chamava Irineu Ferreira, “e que, na realidade, durante o depoimento talvez tenha falado algo, mas depois teve a dignidade de procurar o Dr. Paulo para dizer, e estranhvel essa pecha de delator, quando sabemos que Irineu continuou recebendo ajuda do partido muito tempo depois, para sua sobrevivncia”.

Enganos e erros do escritor q5y14

Na pgina 79 o Dr. Paulo Cavalcanti diz que foi advogado de Lucinia Melo, quando a verso outra. Apesar de ele ter pedido para fazer as razes finais, os irmos da jovem recusaram. Eu j ia levar as peas do processo para que ele elaborasse as razes, tendo o mesmo viajado para So Paulo. Em companhia do advogado Cludio Csar de Andrade fiz as razes, levando-as a um professor de Direito Penal, residente em Aldeia, que as aprovou, sendo ento efetivada ante a Justia Militar.

Na mesma pgina79, Mrcia Albuquerque aponta outro erro. “Tereza Cavalcanti nem queria ouvir falar de seu nome. Fui advogada dela, que foi condenada a seis meses de recluso, e, junto com o marido, condenado no Cear, fugiu para o Canad. Fiz-lhe o pedido de prescrio de pena, sendo negado por duas vezes, at que veio a anistia, tendo eu ido esper-la na Aeroporto quando de seu regresso ao Brasil”.

Na pgina 80, os amigos que discutiram sobre a aceitao ou no de Gregrio viajar para o exlio foram Paulo Figueiredo Cavalcanti, Conceio Pinheiro e Mrcia Albuquerque, segundo a advogada. Na pgina 81: “Quem mandou a ‘colcha de l’, que era apenas um lenol, foi uma mulher humilde e quase incgnita, de nome Jlia, e no Magnlia como est dito no livro. Na pgina 266, Jos Moura e Fonte foi meu cliente e no do Dr. Paulo . na pgina 267: Acio Gomes de Matos foi defendido por Fernando Tasso, e no por Brito Alves. A princpio foi meu cliente”.

Desde 1995 dhnet-br.diariodetocantins.com Copyleft - Telefones: 055-84-3221-5932 / 3211-5428 - Skype: direitoshumanos - [email protected]
Google
Not
Hist
Militantes Brasileiros de Direitos Humanos
MNDH
Projeto Brasil Nunca Mais
Direito a Mem
Comit
Rede Brasil de Direitos Humanos
Redes Estaduais de Direitos Humanos
Rede Estadual de Direitos Humanos Rio Grande do Norte
Sistemas Internacionais de Direitos Humanos
Rede Lus