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HORIZONTE TICO DA MOBILIZAO SOCIAL 4t4j4f

Jos Bernardo Toro

O horizonte tico aquilo que d sentido a um processo de mobilizao.

Uma das formas como um pas explicita seu horizonte tico, seu projeto de nao, atravs de sua Constituio. Nela ele define seu projeto de futuro, suas escolhas. Quanto mais tiver sido participativo o processo de sua elaborao, mais estas escolhas refletiro a vontade de todos e sero por todos compartilhadas.

COMPREENSO DO CONCEITO DE CIDADANIA E DOS PRINCPIOS DA DEMOCRACIA

Os gregos se tornaram capazes de criar a democracia a partir do momento que descobriram que a ordem social no era ditada pelos deuses, mas construda pelos homens, quando vislumbraram a possibilidade de construir uma sociedade cujo destino no estivesse fora dela, mas nas mos de todos os que dela participavam.

A democracia uma ordem social que se caracteriza pelo fato de suas leis e suas normas serem construdas pelos mesmos que as vo cumprir e proteger. A democracia uma ordem auto-fundada.

Por isso, a democracia uma cosmoviso, o que quer dizer que ela uma forma de ver o mundo. Uma forma que aceita cada pessoa como fonte de criao de ordem social. A democracia no pode ser imposta, tem que ser quotidianamente construda. Ela fruto da deciso de uma sociedade, que acredita que possvel cri-la, a partir de uma unidade de propsito e do respeito pelas diferenas.

Cidado a pessoa capaz de criar ou transformar, com outros, a ordem social e a quem cabe cumprir e proteger as leis que ele mesmo ajudou a criar.

COMO SE DEFINE A DIGNIDADE HUMANA?

A dignidade humana tem uma definio bsica, condensada entre os diversos pases, expressa na Declarao Universal dos Direitos Humanos (10 de novembro de 1948). Ainda que no haja modelo ideal de democracia, toda ordem democrtica est orientada a proteger e fortalecer os Direitos Humanos (fundamentais, polticos, econmicos, sociais, culturais e ambientais) e a proteger e desenvolver a vida.

A Declarao Universal dos Direitos Humanos o projeto de humanidade que nosso sculo concebeu e conseguiu condensar, uma de suas contribuies mais originais. Nos sculos ados, alguns pases, como os Estados Unidos na sua Constituio (1787) e a Frana na Declarao dos Direitos do Cidado (1789), haviam definido os direitos humanos, mas eram experincias, isoladas, de cada pas. Nunca na Histria, um nmero to grande de pases foi capaz de atingir um consenso quanto relevncia e quanto ao contedo deste tema, como expresso nesta Declarao. Rene direitos que possumos simplesmente por sermos da espcie humana, anteriores a toda distino, a toda ao cultural, econmica ou poltica, a toda caracterstica tnica, etc.

Quando incorporamos aos direitos garantidos na nossa Constituio a ntegra da Declarao Universal dos Direitos Humanos (Ttulo II Dos Direitos Fundamentais, artigo 5 ) e declaramos a dignidade humana como um dos fundamentos de nossa nao e de nosso modelo de democracia nos comprometemos com a formulao de um projeto de desenvolvimento que no seja exclusivamente econmico, baseado nos Direitos Humanos e que contribua para transform-los de projeto tico em um projeto pblico, de todos, em uma viso de mundo, um discurso, uma deciso e uma ao.

DEMOCRACIA UMA DECISO TICA

Jos Bernardo Toro A.

Fundacion Social Bogot

A Democracia como o Amor: no se pode comprar, no se pode decretar, no se pode propor. A Democracia s se pode viver e construir. Por isso ningum pode nos dar a Democracia. A Democracia uma deciso, que toma toda uma sociedade, de construir e viver uma ordem social onde os Direitos Humanos e a vida digna sejam possveis para todos. 3x3ee

A Democracia no um partido poltico, no uma cincia nem uma religio; a Democracia uma forma de ver o mundo, uma cosmoviso, que parte do suposto de que fazer possveis e cotidianos os Direitos Humanos e uma vida digna para todos o que justifica todas as atividades de uma sociedade (polticas, econmicas, culturais, financeiras, educativas, familiares, etc.). 5c252h

Em outras palavras, a Democracia uma tica. 5m5a2g

A tica a capacidade de criar e escolher uma forma de viver, que consiste em fazer possvel a vida digna para todos. Por isso a Democracia uma forma de construir a liberdade e a autonomia de uma sociedade, aceitando como seu fundamento a diversidade e a diferena. 5q3h1v

Jos Bernardo Toro A.

Fundacion Social Bogot

PARA QUE A MOBILIZAO SOCIAL?

A participao em um processo de mobilizao social, ao mesmo tempo meta e meio. Por isso, no podemos falar da participao apenas como pressuposto, como condio intrnseca e essencial de um processo de mobilizao. Ela de fato o . Mas ela cresce em abrangncia e profundidade ao longo do processo, o que faz destas duas qualidades (abrangncia e profundidade) um resultado desejado.

Consider-la como meta e meio significa:

Considerar a participao como um valor democrtico: Toda ordem social construda pelos homens e mulheres que formam a sociedade. A ordem social no natural e cada sociedade que constri sua ordem social. Porque ela no natural possvel falar em mudanas. Quando a sociedade comea a entender que ela que constri a ordem social, vai adquirindo a capacidade de auto-fundar a ordem social, de construir a ordem desejada, vai superando o fatalismo e percebendo a participao, a diferena e a deliberao de conflitos como recursos fundamentais para a construo da sociedade. A participao deixa de ser uma estratgia para converter-se em ao rotineira, essencial. Neste sentido, a participao o modo de vida da democracia.

O CONCEITO DE PBLICO

A Amrica Latina e a Amrica do Norte foram ambas conquistas religiosas, mas de contedos diferentes. L, chegaram fiis, aqui chegou a Igreja, seus padres, e bispos. L chegaram cidados em busca de uma terra para viver, aqui chegou um governo em busca de riquezas para explorar. L chegou a sociedade civil, aqui chegara instituies; e a sociedade civil, fonte geradora do pblico, ainda est construindo. Por isso existe entre ns tanta confuso entre o que do governo e o que pblico.

Por exemplo: a escola pblica a escola de todos e no a escola do governo, os espaos pblicos so espaos de todos e no espaos do governo e assim por diante. O resultado da confuso que fazemos ficarmos, muitas vezes, esperando que o governo cuido do que ns, coletivamento, deveramos cuidar. Encaramos coisas e atitudes como ddivas e favores do governo, no como coisas pblicas, conquistas e direitos sociedade.

A construo do pblico a partir da sociedade civil exige o rompimento com essa tradio e o compromisso com uma nova atitude de responsabilidade, de desenvolvimento da capacidade de pensar e agir coletivamente e de respeito s diferenas.

Para criar e formar cidados, quer dizer, pessoas capazes de criar e fundar com outros a ordem social desejvel para todos. E empenharmo-nos para criar espaos para que a cidadania se exera. O paternalismo poltico s supervel atravs de uma sociedade que tenha a possibilidade de construir suas instituies polticas a partir da sociedade civil. Isso significa ar de uma lgica social de adeso ao poder a uma lgica de deliberao e competio de interesses que, atravs do consenso e de acordos, define o que convm a todos. assim que se constri uma ordem democrtica estvel e o consenso legtimo.

LIDANDO COM AS DIFICULDADES

Como romper com o fatalismo e a desesperana

As maiores barreiras para que uma pessoa ou grupo se disponham a agir so o fatalismo e a desesperana. O fatalismo acaba gerando e, de certa forma, justificando um certo cinismo, uma vez que por causa dele aceitamos conviver com situaes que condenamos. Por isso o seu antdoto o apelo ao compromisso, ao comportamento e aos valores ticos das pessoas. Mostrar e conseguir que as pessoas vejam que existem situaes com as quais no podemos conviver, em relao as quais no devemos ser tolerantes.

Quanto desesperana, o remdio trabalhar o conceito de cidadania. ele que vai aumentar a segurana, despertar a capacidade empreendedora coletiva e fazer com que as pessoas se sintam poderosas para produzir mudanas. E a s comear, os primeiros resultados vo reforar e ampliar este sentimento.

Como romper com o costume com a ruindade

Talvez o mais trgico na sociedade brasileira atual no seja a existncia da desigualdade, da misria e da violncia. O mais trgico a naturalidade com que todos ns convivemos com esta realidade, escreveu Margarida Vieira em artigo intitulado A banalizao do mal (Estado de Minas, 25/09/95).

Romper com este sentimento exige assumir o destino e a construo da ordem social. Aceitar que somos ns que a criamos, com nossas aes, nossas omisses e nossas permisses e delegaes para que outros agisses por ns e por isso, podemos modific-la.

Como comear quando o imaginrio no est muito claro 6q3c39

A resposta comeando. Tendo um horizonte, alguns princpios, clareza dos conceitos bsicos e dos valores, o imaginrio vai se configurando aos poucos. Existem algumas fontes: a Constituio, as msicas, a literatura e, principalmente muita conversa. O importante t-lo delineado, no necessariamente de maneira definitiva e precisa. No caso, por exemplo, do Pacto de Minas pela Educao, um movimento a favor da educao, comeou-se tendo como imaginrio mudar uma situao indesejvel, expressa com mais eloquncia nas altas taxas de evaso e repetncia e no grande numero de crianas fora da escola. Ao informar estes dados e refletir sobre as suas conseqncias sobre a sociedade, seu impacto na auto-estima das crianas e no seu elevado custo econmico criava-se o sentimento de indignao e intolerncia com a situao e a partir da se construa, para cada municpio uma viso de futuro diferente, que comeava com zerar o nmero de crianas fora da escola, depois a repetncia at chegar ao debate sobre o futuro desejado e a educao necessria para constru-lo. A receita ateno aos conceitos de democracia, cidadania e participao e coerncia no cotidiano do movimento.

Extrado de:

MOBILIZAO SOCIAL

Um modo de construir a democracia e a participao

Jos Bernardo Toro

Nsia Maria Duarte Werneck

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