223n3o
Cartilha da Mulher
Principais Crimes
contra a Mulher
Constrangimento
Ilegal
Se algum
usar de violncia ou grave ameaa, ou pr qualquer outro meio
provocar a reduo de sua capacidade de resistncia, a fim de obrigar
voc a no fazer algo que a lei no manda, voc estar sendo vtima
do crime de constrangimento ilegal, previsto no art. 146 do nosso Cdigo
Penal, e a pessoa que o praticou poder ficar detida de 3 meses a um
ano, .... S se voc denuncia-la!
Como?
simples. Registre uma queixa na Delegacia mais prxima ou se preferir
na prpria Delegacia de Proteo Mulher e exija a apurao do
fato.
Ademais, no esconda o problema dos seus amigos, parentes ou vizinhos,
pois eles podero lhe apoiar e testemunhar a seu favor.
Ameaa
Quando
voc se sentir ameaada de sofrer um mal injusto grave, atravs de
palavras, escrito, gestos ou qualquer outro meio simblico que deixe
clara essa inteno pr parte de quem a pratique, no substime e nem
tenha medo.
O Cdigo
Penal Brasileiro, no seu art. 147, prev essa situao como o crime
de Ameaa e determina a deteno de 1 a 6 meses para o infrator.
Pr isso, no espere que mal cresa.
Procure a Polcia e no hesite em gritar pr "Socorro". A
ameaa, em si, j crime, mas, no contida a tempo, pode
desencadear na prtica de outro delito mais grave. Portanto, aja rpido!
Calnia,
Difamao e Injria
Agora,
voc que mulher, preste muita ateno a isto: a nossa honra a
nossa reputao tem importncia fundamental frente a sociedade e a ns
mesmas. uma das formas mais faceis de se atingir uma mulher,
exatamente atentando contra sua honra, atravs dos chamados "falatrios",
to comuns, principalmente entre os homens que basear a imagem de uma
mulher.
Acontece
que, o nosso Cdigo Penal no iria deixar essa questo, que pode
parecer banal, ar em "brancos mevens".
Assim,
previu modalidades de crimes contra a honra. Vamos conhec-los um
pouco?
Calnia
Ocorre quando algum acusa facilmente
outra pessoa, de haver praticado um fato que a lei define como crime.
Difamao
Ocorre quando algum ofende a reputao
de outra pessoa, fazer comentrios que visam exatamente difam-la.
Pena: deteno de 3
meses a 1 ano.
Injria
Ocorre quando algum ofende a
dignidade e o decoro de outra pessoa, principalmente proferindo ofensas
verbais.
Pena: deteno de 1
a 6 meses.
Ateno:
Esses crimes s podem ser apurados com a denuncia da prpria vtima.
Logo, voc deve ir Delegacia levando uma queixa j escrita ou pode
registra-la com o policial, mas no tenha vergonha de relatar os
detalhes, pois eles so muito importantes na caracterizao do
delito. E no esquea de arrolar testemunha, caso elas existam.
Seduo
Se voc
for maior de 14 anos e menor de 18 anos e perdeu sua virgindade pr Ter
mantido relao sexual com um homem que se aproveitou de sua inexperincia
ou justificvel confiana nele, para, depois disso dar o fora, voc
foi vtima do crime de seduo, e o autor desse delito pode ser
apenado com recluso de 2 a 4 anos.
OBS: Em
alguns casos, a vtima fica grvida e o autor busca eximir-se da
responsabilidade. Assim sendo, a jovem vtima tem a lei a seu favor
para provar a paternidade do autor da seduo.
Os
responsveis pela menor devem, de logo, registrar o fato na Delegacia e
procurar a Assistncia Jurdica de um advogado.
Leso
Corporal
Se algum
ofender a sua integridade ou sua sade, ter praticado o crime de leso
corporal, previsto no art. 129 do Cdigo Penal Brasileiro.
Embora a lei condene a leso corporal, quando se trata de um homem Ter
batido numa mulher, a prpria sociedade e a mulher e a cultura, de
certa forma acabam absolvendo tal conduta, normalmente por entender que,
nas brigas entre marido e mulher eles mesmo se entendem ou at
declarando que tem mulheres que gostam de apanhar. As prprias
mulheres, durante muito tempo, adotaram uma postura mais acomodada
diante dessa realidade, e esse silncio mantinha impune as agresses.
Hoje, as mulheres esto mais conscientes de que denunciar tal crime
a melhor maneira de prevenir novas agresses.
ATENO
PARA ESSAS DICAS
- Grite por socorro,
para que algum possa tentar impedir a agresso;
- Se voc ficou muito
machucada, v logo ao Hospital Pblico, onde h sempre um
policial de planto que anotara sua queixa.
- Registre uma queixa
na Delegacia e requeira guia para exame de corpo delito a ser
feito no Instituto Mdico Legal, que servir de prova para
processar criminalmente o agressor e at exigir uma indenizao
pelos danos causados.
- Havendo testemunhas,
fornea seus nomes e endereos Polcia para que elas possam
depor a seu favor.
- Evite medicar-se por
conta prpria, antes de submeter-se ao exame pericial.
- Procure a assistncia
de um advogado.
- Procure o apoio dos
grupos de mulheres e instituies de defesa dos direito das
mulheres.
Estupro
Se um
homem utiliza da fora da ameaa ou da intimidao para manter relaes
sexuais com uma mulher, contra a vontade dela, ele a estar estrupando.
O que caracteriza esse crime, dentre outras coisas, a prtica de
relao vaginal, ainda que acompanhada de outros atos.
Se a vtima for menor de 14 anos ou portadora de problemas mentais,
previamente conhecido pelo criminoso as relaes sexuais praticadas
com ela sero sempre consideradas estupro pois nosso Cdigo Penal
presume a violncia, nesses casos, ainda que a vtima tenha consentido
com a relao.
Atentado
Violento ao Pudor
O que
caracteriza esse crime a pratica de relao anal, oral ou qualquer
outro contato intimo, diverso da relao vaginal, do homem contra a
mulher, com uso de fora, ameaa ou intimidao.
Esse crime e o estupro, so considerados, pela lei brasileira, como
crime hediondos.
OBS:
Apesar de ser difcil, para suas vtimas, lidarem com tal problemas,
importante que esses crimes sejam denunciados o mais rpido possvel
para facilitar a ao da polcia na perseguio do seu agente, e
para que a vtima possa submeter-se ao exame pericial necessrio, em
tempo hbil para a eficcia de prova material do delito.
Amiga,
lembre-se: Quem pratica tais atos um
criminoso e voc no deve Ter medo de denuncia-lo, voc foi vtima
de um crime.
DICAS PARA
SUA PROTEO
- Saia, de preferencia,
sempre acompanhada;
- Se algum
estiver lhe seguindo, use esses recursos;
- Entre em algum
estabelecimento onde haja movimento;
- Pea ajuda em
qualquer casa prxima;
- No v para sua
casa, se voc mora sozinha;
- Traga um chaveiro
na mo, colocando as chaves entre os dedos de modo a que possam
servir de arma defexi.
Caso o
agressor se aproxime
- D-lhe uma joelhada
nos rgos genitais;
- Jogue qualquer
objeto no rosto dele;
- Traga consigo um
frasco de desodorante e aperte contra os olhos deles;
- Grite fogo ao invs
de socorro pois assim mais provvel, que aparea algum para
ajud-la;
- Use a
criatividade, mas s reaja se voc sentir que tem alguma chance
de escapar.
Quando no
deu para escapar
Se voc
chegou a ser vtima de violncia sexual, no hesite em adotar as
medidas que iro lhe amparar legalmente.
V o mais rpido possvel, a Delegacia mais prxima ou a Delegacia
de Proteo a Mulher.
Conte tudo o que ocorreu ao policial e registre uma ocorrncia.
O Delegado ou Policial lhe encaminhara ao Instituto Mdico Legal com
uma guia para que voc se submeta, imediatamente, ao exame de corpo de
delito.
Atravs desse exame, ser coletado material da vagina ou nus,
conforme o caso, e ser verificado se houve defloramento, recente ou no,
e outros indcios, tais como mares de violncia e presena de secreo
masculina em outras partes do corpo;
Sua roupa ntima poder, tambm ser encaminhada a exame pericial, por
isso, evite lava-la e higieniza-se antes de ir Delegacia.
Procure fazer esse exame no mximo at 48 horas depois do ocorrido,
mas, quanto mais rpido, melhor;
O exame gratuito e seu resultado, ser encaminhado Delegacia e
anexado ao Inqurito Policial.
OBS: Caso
voc precise ser hospitalizada antes de tomar essas medidas, conte tudo
ao mdico e pea-lhe que os exames necessrios para detectar marcas
de violncia, presena de esperma na vagina ou no anus e, se voc era
virgem, o exame de defloramento os resultados registrados no hospital
serviro, mais tarde, para a Polcia.
ATENO:
- No esquea que, em
virtude do estupro ou do atentado violento ao pudor, voc poder
vir a engravidar.
- Por isso,
importante ter um acompanhamento mdico e fazer a confirmao da
gravidez, o mais rpido possvel.
- As mulheres,
comprovadamente vtimas de estupro, tem direito previsto na legislao
brasileira, ao aborto feito por mdico, mas, para tal, poder ou
dever requerer autorizao do Juiz, atravs de advogado, desde
que antes tenha ido polcia, feito o exame de corpo de delito e
conferindo a gravidez.
- Lembre-se que, alm
da gravidez, h riscos de contrair doenas sexualmente transmissveis,
inclusive AIDS. Por isso, procure logo um mdico.
- Ser vtima de violncia
sexual pode, ainda, requerer acompanhamento psicolgico, que poder
ajud-la a enfrentar a situao.
A coisa
sria!
As estatsticas
mostram um aumento cada vez maior no nmero de ocorrncias registradas
por crimes praticados contra as mulheres.
Ao longo dos ltimos 10 anos a Delegacia de Proteo Mulher, de
Salvador, tem um aumento de rea de 1,500% no nmero de registros, at
o presente momento, da prpria violncia contra a mulher, mas, tambm
sem dvida alguma, a evidencia de uma maior procura, da mulher pela adoo
de medida de proteo aos seus direitos e represso aqueles que no
os respeitam.
Informao!
O decreto
n. 33.038 de 28 de abril de 1986 cria a Delegacia de Proteo
mulher, considerando a realidade Social do movimento que coloca a mulher
como vtima constante e indefexi de vrios tipos de violncia a
necessidade de o Poder Pblico reconhecer e enfrentar com realismo o
problema e que a providencia mais adequada para atender a demanda a
instituio de uma delegacia, como fator de desinibio e estimulo a
mulher vtima, contra a ceitao de violncia.
Endereos
de rgos e Instituies de Apoio Mulher, em Salvador.
- Pastoral Universitria,
Praa da S n. 1 Palcio Episcopal.
- Patronato de Presos
e Egressos, Av. Bralio Xavier
- Esentrio Modelo,
Faculdade de Direito da UCSAL.
- Campos da Federao.
VIOLNCIA
CONTRA A MULHER
A violncia
contra a mulher um dado histrico cultural inegvel no somente em
nosso pas, mas em diversos outros lugares do mundo.
Ao longo da existncia, a mulher vem sendo subjugada nos seus
sentimentos, pensamentos interesses e vontades. ou sculos sendo
obrigada a um comportamento que a violava no seu livre arbtrio, sempre
a merc de um de um comando machista e patriarcal, ditando as regras do
jogo, sob a gide de um disfarada falso moralismo.
S que, a mulher vem vencendo vrios obstculos sociais, culturais, fsicos
e intelectuais, mostrando ao mundo uma incansvel luta pr seus
direitos de cidad e de ser humano. Mas o seu maior inimigo pode estar
dormindo ao seu lado, comendo da mesma comida, vivendo sob o mesmo teto,
fazendo-lhe filhos. Aquele que deveria compartilhar de suas vitrias na
verdade ficou preso nos sculos ados, onde fazia impor suas
vontades sem ser contestado e hoje, diante da queda do seu imprio s
encontra uma fora de tentar se impor: o uso da fora fsica da ameaa
e do medo.
Mesmo violando leis e cdigos, os homens ainda se acham no direito de
dispor das mulheres e fazer justia com as prprias mos, em nome da
legtima defesa de sua honra masculina que pensam incontestvel.
preciso que o homem de hoje repense a sua masculinidade, diante da nova
mulher que est ai, levantando a bandeira diante da nova mulher que
esta ai, levantando a bandeira a respeito a sua dignidade,
intelectualidade, integridade fsica e moral e ao seu valor como ser
humano. Nessa luta, a mulher no se posiciona contra o homem, e sim
contra o machismo irracional e absurdo, os abusos sexuais, a violncia
fsica e moral, o assdio sexual, a discriminao, venham eles de
quem quer que seja.
A mulher deseja plantar o amor, o respeito e a harmonia que um mundo
machista no tem competncia para fazer, e que j atestou tal
desqualificao.
Pela atual Constituio Federal, homens e mulheres possuem os mesmo
direitos e obrigaes, entretanto, no caso das mulheres, o respeito a
esses direitos vem sendo desatendido, principalmente plos seus
companheiros do dia a dia, ou plos "ex-companheiros", que
pensam possuir direitos ad in perpetum sobre elas. Ademais, as mulheres
acabam sendo vtimas, tambm, das "patologias sexuais",
daqueles que se acham no direito de violent-las assedia-las
sexualmente.
Isso precisa acabar. fundamentalmente importante denunciar os casos
de violncia contra a mulher, de qualquer ordem, e lutar para uma mudana
na conscincia do homem, criando-se, consequentemente, uma cultura mais
civilizada.
Bela Mnica
Luzia Costa de Azevedo
Delegada de Polcia DPM
Delegacia de Proteo Mulher Salvador/Ba
Estatsticas
de janeiro a setembro
|
Totais |
Vias
de fato |
3299 |
Ameaas
|
1247 |
Agresso
Moral |
496
|
Leses
Corporais |
827 |
Seduo |
0027 |
Estupro |
0063
|
Difamao |
0065 |
Assdio
Sexual
|
0029 |
Ocorrncias
|
7486 |
Inquritos
Instaurados |
0034 |
Inquritos
remetidos |
0049 |
Termos
Circunstanciados
|
0127 |
Assistncia
Social
|
0768 |
SERVIO
SOCIAL
O Servio
Social pose ser considerado como parte intrnseca da dpm, pelo fato de
analisar os casos das mulheres que procuram a Delegacia, em estado de
desestruturao psicolgica, avaliando que muitos desses casos so
carter social.
Alm de cumprir esse papel pedaggico, tem pr objetivo orientar,
aconselhar e encaminhar no tratamento de problemas que no se
constituem em crimes de natureza policial propriamente dita, porm
cumprindo o seu papel preventivo.
Esse papel se estender no s a pessoa que procura a DPM mas tambm,
a famlia, buscando a partir da queixa registrada, a histria da
convivncia, o comportamento do agressor e principalmente os reflexos
da situao de violncia nos membros dessa famlia.
Da a necessidade de buscar sadas viveis para as problemticas e
para a quebra do circulo vicioso da violncia domstica, viabilizando
a reestruturao das relaes sociais no que se refere
principalmente ao homem mulher.
Desta forma os procedentes metodolgicos so: participao do
assistente social no atendimento inicial mulher que procura a DPM,
onde ser orientada a qual setor devera dirigir-se, a depender da
problemtica que se apresenta - planto policial para registrar a
queixa e posteriormente encaminhamento ao setor social para dar
continuidade ao atendimento.
Esse
atendimento ser de orientao:
Problemtica
de famlia
Expulso
do lar
Guarda de
menores
Penso
alimentcia
Separao
judicial
Encaminhamento:
Comisso
de Mulheres da OAB
Defensoria
Pblica Rua Pedro Lessa S/N Canela
Juizado
de Menores
SOS Criana
DERCA -
DEMAI Delegacias do Menor
COFAM
Orientao Psicolgica
Alcolatras
Annimos
Juizado
da Infncia e Adolescncia
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