Oficinas Aprendendo e Ensinando
Direitos Humanos 5r6c19

O CURRCULO E AS MANIFESTAES
DA
VIOLNCIA URBANA NA ESCOLA
Lcia Lemos Dias (1)
Maria de Nazar Tavares Zenaide (2)
1.
Pblico Alvo
Professores/as e
dirigentes da Rede Municipal de Ensino da cidade de Joo Pessoa.
2.
Justificativa
As escolas tm sido um dos
espaos sociais em que o fenmeno da violncia tem lugar. A
compreenso analtica das manifestaes da violncia na escola envolvendo
seus diferentes atores e formas, constitui um primeiro o para o
entendimento do fenmeno e a busca de modos de trabalh-lo no
cotidiano escolar.
Atualmente,
muito tem se falado, divulgado e denunciado sobre o assunto. A
interveno sobre as manifestaes da violncia no espao
pedaggico, no pode cair numa postura alarmante e denunciatria. A
escola como espao de produo de conhecimento e de cultura precisa
construir uma postura
analtica e responsvel com o amanh. A cultura do pnico que tem se
produzido tpor diferentes meios na sociedade, apenas encobre a
compreenso do fenmeno, reproduz preconceitos e produz pnico e
impotncia na sociedade.
3.
Objetivos
-
Caracterizar a violncia numa perspectiva interdisciplinar;
-
Aprofundar a fundamentao terica sobre o fenmeno da
violncia;
-
Construir uma pauta de ao para o espao escolar tomando como
eixo a violncia e suas manifestaes atuais.
4.
Durao 12
horas
5.
Metodologia
5.1.
Dinmica de Apresentao : cada participante se apresenta ao
grupo itdentificando-se pelo nome, a escola e a funo que exerce.
5.2. Fase de Sensibilizao:
5.2.1-
Dinmica: Cartografia da violncia
Cada
participante, com o auxlio de uma folha de papel ofcio, tenta
rememorar fatos da vida social que lembram situaes de violncia
5.2.2
-Dinmica da rvore:
Copa:
as formas de manifestaes da violncia na sociedade
- Razes: As causas da violncia
t
- Tronco: Os canais e as
intermediaes
- Reflexes
-
Conceituao espontnea da violncia
5.2.3
-Dinmica da rvore
- Copa:
As formas de manifestaes da
violncia na escola
-
Razes: As causas da violncia na escola
-
Tronco: Os canais e as intermediaes
t -
Reflexes a partir do material apresentado pelo grupo
5.3.
Fase da Fundamentao
Terica
somos todos
agentes modificadores e
receptores das aes e das conseqncias construtivas e
violentas reinantes na sociedade contempornea
&tnbsp;
( Levisky, 1977)
5.3.1.O
fenmeno social da violncia:
Segundo
os autores, a violncia
um fenmeno antigo, no um fenmeno homogneo (violncias),
assume muitas formas e prticas sociais: fsica, moral, ideolgica,
sexual, econmica, ecolgica etc.
Explicaes histricas
sobre o fenmeno da violncia(Andrade):
586sh
-
Modernidade ( sc. XVI
XX): viso negativa, explicada pelas idias de desvio,
doena, destruio, maldade, crime, etc. A sociedade boa o
indivduo mau ( ou o contrrio);
1y1o5
-
Contemporaneidade ( sc. XX): vista como forma de expresso da
insatisfao e da resistncia s diferentes formas de opresso.
Relacionada ao poder e suas
implicaes, em todos os nveis das relaes humanas: autoridade,
limites, disciplina, direitos e deveres.
5.3.2. A compreenso
interdisciplinar sobre o fenmeno
O exerccio da interlocuo de diferentes reas de
conhecimento (poltico, econmico, cultural, sociolgico,
psicolgico) para explicar as diferentes formas da violncia e ampliar
sua interpretao.
72106u
5.3.3
- Contribuies multidisciplinares sobre a violncia
492n5f
a) Contribuio de uma das abordagens da
psicologia para o entendimento da violncia na adolescncia:
A contradio de uma sociedade
desigual gera tenso, desorganizao, desrespeito , ingredientes para
as manifestaes da violncia fsica
e moral. (Levisky,
1997)
Caractersticas
da adolescncia:
Surgimento da capacidade reprodutora
Perdas, desinvestimentos e reinvestimentos afetivos
Novos valores ticos e morais
Delineamento da identidade
Fase de transio
O aparelho psquico vulnervel a presses internas e externas
(biolgicas, psicolgicas, sociais, ticas, morais, polticas,
econmicas).
Os impulsos se
expressam atravs de: hbitos, costumes, tradies. O adolescente
tende a descarregar seus impulsos agressivos e sexuais atravs do processo primrio
(imediata satisfao dos desejos). Prescinde do processo secundrio
(avaliao das consequncias, simbolizao e linguagem, possibilidade de
postergao de desejos).
A
cultura a expresso de uma violncia, se entendermos que os
impulsos agressivos e libidinosos precisam encontrar descargas
sublimadas, suficientemente reprimidas ou deludas, para que a vida
social se torne vivel( Freud in Levisky)
O papel
da mdia na construo da cultura da violncia. A banalizao da violncia
legitima a violncia fsica como forma de soluo de conflitos, como
um valor, um patdro de comportamento a ser incorporado valor de
afirmao . ( Levisky, 1997)
b) Contribuio da Sociologia, da Cincia Poltica e dos Direitos Humanos para a
compreenso do fenmeno da violncia na sociedade brasileira
-
Violncia Estrutural
to
carter autoritrio da formao brasileira gerou uma violncia
estrutural, basicamente expressa nas desigualdades dos nveis de vida:
na violncia da fome, da misria, da necessidade. Isto podemos imputar
ao autoritarismo ou a ausncia de uma proposta igualitria e de
justia nesta sociedade hirarquizada que gira em torno da manuteno
de privilgios de uma pequena classe
que sempre caracterizou o Brasil (Costa, Jurandir Freire. 1986)
-
As mudanas no mundo do trabalho e sua interface com a violncia
social
valores e identidades
vinculados ao trabalho que serviam de diferenciao da populao
pobre em relao aos bandidos vem sendo rompidos, principalmente
pelas reformulaes presentes no mundo do trabalho. Tal questo vem
propiciando que grandes contingentes dos jovens pobres se tornem cada
vez mais seduzidos pela oferta do trfico e, por conseqncia, sejam
tambm suas vtimas principais ( Tavares. Maria Helena. 1998)
-
Desigualdade Social
refere-se distribuio
diferenciada, numa escala de mais a menos, das riquezas produzidas ou
apropriadas por uma determinada sociedade, entre os seus participantes.
( Nascimento, Elimar Pinheiro. 1995)
-
Constituio Cultural da Desigualdade Social no Brasil
o
principal vcio de constituio da sociedade brasileira, desde o seu
nascimento, a desigualdade, algo que se incorporou aos nossos
costumes, que est de certa forma incrustado na nossa alma .
( Comparato, Fbio. 1997)
- Racismo
uma ideologia que postula
a existncia de hierarquia entre grupos humanos ( Brasil, Gnero e
Raa, 1998)
-
As Diferenas e as
Desigualdades Sociais
As
diferenas que tem origem natural ou cultural no induzem a um
tratamento de superioridade ou inferioridade, mais ao contrrio
elas exigem at mesmo um tratamento diferenciado. As desigualdades so
sempre a manifestao de um corte horizontal na sociedade,
estabelecendo-se camadas superiores, camadas inferiores e, entre elas
pera sempre uma manifestao de desprezo, de hostilidade ou de
explorao.
-
Tolerncia
A desigualdade
perversamente construda. A diferena construtiva e enriquecedora,
garante a autenticidade, o direito identidade, diferena
cultural, diferena de nossas razes. A desiguladade traz a semente
da hierarquia , do superior e do inferior. Ela traz a semente da
discriminao, que muitas vezes gera o dio. A tolerncia, portanto,
representa igualmente o reconhecimento da diferena, nunca da
desigualdade. o reconhecimento de que apesar das diferenas
todos tem direitos iguais e
individuais (Soares,
Maria Victria Benevides. 1997)
-
Excluso Social
um processo de estigmatizao crescente e perigoso, de um
contigente social que perde, gradativamente, qualquer importncia
econmica(...) dentro de um determinado paradgma de desenvolvimento
t que parece presidir as transformaes tecnolgicas (...) um processo
que est ocorrendo nas representaes que o imaginrio brasileiro
tem do pobre ( anos 30 -
coitado, anos 60/70 - malandro
e anos 90 - perigoso) (...)
o processo de no reconhecimento do outro como sujeito de direito
( Nascimento, Elimar Pinheiro.
1995)
-
Excluso Moral
Reao de no
indignao e de aparente aceitao de violaes de direitos do
outro. Acontece quando pessoas que normalmente obedecem s leis
aceitam aes brbaras contra indivduos e grupos, sem a aceitao
de que isto viola regras consensuais de justia (Cardia, Nancy. 1994)
t
-
Preconceito Social
uma indisposio, um julgamento prvio, negativo, que se faz de
pessoas estigmatizadas por esteritipos ( Brasil, Gnero e Raa.
1998)
-
Esteretipos
as
pessoas deixam de avaliar os membros de um grupo pelas suas reais qualidades e am a julg-las
por um atributo um carimbo. ( Brasil, Gnero e Raa. 1998)
-
Discriminao Social
uma conduta ou omisso que
viola direitos, das pesstoas com base em critrios injustificados e
injustos tais com a raa, o sexo, a idade, a opo religiosa etc.
( Brasil, Gnero e Raa. 1998)
-
Valores Republicanos
o respeito s leis acima das vontades particulares ... o
respeito ao bem pblico acima do interesse privado ...e o sentido de
responsabilidade no exerccio do poder ( Soares,Maria Victoria
Benevides. 1995)
-
Valores Democrticos
o amor igualdade e o
conseqente horror aos privilgios... a aceitao da vontade da
maioria e o respeito
integral aos direitos humanos (Soares, 1995)
t
-
Educao para os Direitos Humanos
pretende a formao de uma
escolaridade autnoma, preparada para a solidariedade e a tolerncia.
E tambm a formao de pessoas dispostas e capazes para a
mudana, para a transformao, muitas vezes a transformao radical
no sentido de ir s razes das condies scio-econmicas, das
condies culturais e polticas da sociedade em que vivem e que
muitas vezes negam e negligenciam os Direitos Humanos, a democracia e o
compromisso com a Paz ( SOARES, Maria Victria Benevides , 1995)
-
Direitos Humanos
os direitos humanos so
naturais ... pois se referem pessoa humana em qualquer pas do
mundo, antes de qualquer lei, e no precisam estar nela especificados, para
serem exigidos, reconhecidos, protegidos e promovidos (...) so
histrticos, construdos nas lutas sociais (...) so universais, pois so
comuns a todos os seres humanos sem distino alguma de etnia,
nacionalidade, cidadania poltica, sexo, classe social, nvel de
instruo, cor, religio, opo sexual ou julgamento moral
(Soares,Maria Victoria Benevides. 1998)
-
Cidadania
a idia de cidadania
eminentemente poltica e no est necessariamente ligada a valores
universais, mas a decises polticas (...) os direitos de cidadania
dizem respeito a uma determinada ordem jurdico-poltica de um pas,
de um Estado. ( Soares, Maria Victoria Benevides. 1998)
c) Contribuies da Antropologia
para a compreenso da Violncia:
3g4r3
- A violncia um fenmeno em
permanente tconstruo, que apresenta mltiplas faces.
A
violncia um objeto do qual procuramos sempre nos afastar e que
apresenta uma fora apontada para o exterior
(Rifitis,Thephilos.1995 )
Imagens,
Prtica e discursos da Violncia
O
discurso sobre a violncia no compreende apenas a fala, nem
consciente para quem o enuncia; ele tambm o no dito ou
silenciado... um conjunto de enunciados, prticas e falas, que
garantem a circulao das imagens sobre a prpria violncia (
Rifitis, Thephilos)
Imagem,
Medo e Vtiolncia
O
fantasma da violncia cultura do medo uma tendncia a
homogeneizar as observaes relativas aos fenmenos associados a
violncia. A memria alimenta o medo, que se nutre da fora do
fantasma ( Rifitis, Thephilos)
O medo provoca a inibio da
irrigao orgnica... torna lentas as funes vitais... produz
regresso, impotncia, nusea, dor de cabea, frio nas extremidades,
problemas digestivos... dissolve imagens como defesas (camaleo). No
contexto urbano a violncia em forma de crime no a nica razo
do medo.( ser desconhecido, ser confundido, ficar desamparado na rua, do
outro, do diferente, de ficar sozinho e outros) (Regis
Moraes, 1990)
Mdia
e Violncia
Os meios de
comunicao, quando introduzem o tema da violncia em suas pautas,
colocam a discusso da violncia como tema imediato, construndo mediante uma recepo
ritualizada um universo simblico que a longo prazo condiciona a
percepo que o o receptor ter da realidade. ( Barros, 1987)
Os meios de
comunicao ao veicular notcias sobre crimes com pessoas comuns,
produzem uma compreenso
especfica sobre o fenmeno da violncia, realimentando o temor das
classes tidas como perigosas, reforando e atualizando os
preconceitos em relao populao pobre e seus espaos de
moradia.
c) Tendncias atuais no estudo
da violncia (Rifitis):
O debate na
Associao Brasileira de Antropologia ABA, constata como
dificuldade no estudo da violncia a falta de referencial terico um objeto ainda em construo, que
demanda ainda muita observao sistemtica, descrio positiva et uma
postura analtica.
Questes postas no debate entre
pesquisadores da rea:
-
Os recortes atuais no estudo da violncia so: criminalidade,
gnero, minorias tnicas, meninos de rua, mdia, violncia
institucional, conflitos de geraes etc.;
-
Existe uma produo esquemtica nos estudos da violncia no Brasil (
concentrao nos anos 80 cidadania e limites da ao do Estado);
-
A partir de Foucault possvel construir um novo domnio
terico - abordagem da
violncia nas micro relaes da sociedade e
nas relaes de poder nas diferentes redes e lugares ( relao pais e filhos
escola trabalho);
-
O estudo da violncia se coloca num territrio ( um espao vivido
e um sistema perceptvel
em constante alterao) em constante disputa e no pertence a uma
cincia em particular;
-
A construo do conceito dever partir o mais prximo
possvel da experincia concreta;
-
A violncia um objeto em constante construo;
-
A primazia dos discursos sobre a violncia:
discurso denunciatrio
-
o discurso em defesa dos que sofrem a violncia
-
valorizao negativa implcita no discurso
-
reclama o fim da violncia
discurso analtico
-
abordagem mais prxima da experincia concreta
-
pluralidade de manifestaes da
violncia
-
significao da violncia( construo das subjetividades daqueles que vivenciam a
experincia da violncia)
-
Pluralidade do fenmeno
dos locais ( esporte, trnsito, ruas, prises)
das formas (fome, criminalidade),
t
dos atores sociais ( mulheres, crianas, idosos)
dos tipos ( fsica, psicolgica, simblica)
-
Amplitude do campo semntico leva a uma leitura subjetiva de aumento da
violncia (a fora da fantasia como construes defensivas,
sublimaes e ornamentaes dos fatos)
-
O discurso da violncia no
compreende apenas o que se fala, netm consciente para quem o enuncia,
ele tambm o no dito, o silenciado
-
O discurso catastrfico domina
todo o cotidiano e coloca o
fenmeno para o externo (
para o outro) (uma fora para o exterior)
-
O discurso alarmista alimenta os medos face as incertezas sociais
-
A Positividade da Violncia: a colocao do
problema para alm do crculo da criminalidade e da fantasmagoria a
ela associada:
a)como
elemento instaurador de identidades sociais
t
b)uma
fora dispersiva em contraposio
aos processos de controle e
homogeneizao
c)um
instrumento para a construo ou garantia de manuteno de
subjetividades
- O momento atual demanda para o estudo analtico
do fenmeno: descrever positivamente as situaes de violncia
identificar como elas so vivenciadas
e percebidas segundo
os diferentes agentes envolvidos
5.3.4.
Aproximaes Conceituaes sobre a Violncia
5es2b
Vocabulrio latim = ato de
violentar constrangimento
fsico ou moral, ao que pode ser acrtescentada a coao ou coero
psicolgica
uma reao conseqente a um
sentimento de ameaa ou de falncia da capacidade psquica em
ar o conjunto de presses internas e externas a que est
submetida ( Levisky, 1995)
um artefato da cultura e
no o seu artfice... ela uma particularidade do viver social, um
tipo de negociao, que pelo emprego da fora ou da agressividade
visa encontrar solues
para conflitos que no se deixam resolver pelo dilogo e pela
cooperao(Costa, 1986)
a
violncia nas suas mltiplas formas, representada como um domnio
da experincia social que permeia as brechas da crise da modernidade e
a busca de alternativas interpretativas para a sociedade contempornea
(Rifitis)
5.3.5 Escola, Violncia e
Prticas Institucionais
a)
A Escola como espao pblico de:
-
construo da igualdade
-
gesto de interesses, direitos e deveres
-
processos de deciso
-
gesto de funcionrios e alunos
-
compromisso com o que pblico
-
construo de um projeto coletivo democrtico
-
construo de cidados e pessoas humanas
-
formao de profissionais para a sociedade
b)
A Escola como espao de construo de cultura e de relaes humanas
-
respeito
-
justia
t
-
solidariedade
-
compromisso
-
igualdade
-
democracia
-
gesto de conflitos
c)
O educador em direitos humanos :
um
agente social que intencionalmente cria condies para a produo de
conhecimentos que induzem tanto a tomada de conscincia, como ao desenvolvimento de um
comportamento conseqente com a vigncia, defesa e promoo dos
direitos humanos (Bovi)
d) A Violncia e suas formas de
manifestaes na Escola
Cosntrundo a leitura da violncia no espao escolar
-
Pluralidade dos locais
na sala
de aula
no
recreio
na
famlia
na
istrao
-
Pluralidade das formas
Materiais:
falta de
material didtico
falta de
condies bsicas de trabalho
baixo
salrios
tico-polticas:
manifestaes
de desigualdades
falta de
compromisso com o que pblico
negao
dos direitos do outro
expulso
reprovao
evaso
desmotivao
falta de
dilogo e cooperao
injustias
depredao
do patrimnio
transferncia
de responsabilidades
ausncia
de uma poltica de capacitao
ausncia
de negociao dos conflitos
Culturais:
preconceitos
e discriminao
autoritarismo
clientelismo
Fsicas:
maus
tratos
castigos corporais
-
Pluralidade de atores
professores
pessoal
de apoio
alunos
direo
-
Pluralidade dos tipos
fsica
psicolgica
simblica
cognitiva
5.3.6. Construndo Mecanismos
de Monitoramento da
Violncia no Espao Escolar:
-
Conhecer a realidade da escola, deficincias, caractersticas e recursos
-
Informar e capacitar os atores da escola
-
Conhecer as diferentes formas
de manifestao e atendimento sobre o fenmeno
-
Melhorar a qualidade das relaes e atendimento
-
Estabelecer providncias a serem efetuadas internamente e com
atores externos
5.4. Fechamento da Oficina: Construindo Pautas de Ao com
a Escola
somos todos agentes
modificadores e receptores
das aes e das conseqncias construtivas
e violentas reinantes na sociedade contempornea
O que podemos
propor como meio para atenuar as manisfestaes da violncia na
Escola?
a)
Informao, acompanhamento, assistncia e avaliao da
violncia
b)
Gesto escolar
c)
Capacitao
d)
Aes Educativas
e)
Relaes Interpessoais:
Relao professor aluno
Relao
istrao e corpo tcnico
Relao
escola e famlia
Relao
escola e Estado
f)
Articulao com atores externos
-
Conselhos de Direitos
t
-
Poder executivo e
judicirio
-
rgos da sociedade civil
pauta de aes para enfrentar as manifestaes da violncia na escola:
5fv6y
1. Criar canais de liberao das
energias vitais e da agressividade
-
Esporte (campeonatos, atividades recreativas);
-
Cultura (Mostra de filmes, teatro popular ,biblioteca, oficina de
literatura);
-
Oficinas de Artes;
-
Educao Ambiental (vdeos, distribuio de folhetos,
mutiro ou oficina de limpeza, arborizao, horta comunitria).
t
-
Desarmar nimos;
-
Fortalecer a vigilncia;
-
Criar formas de desarmamento.
3.
Educar para a Cidadania
-
Campanhas Educativas construdas com a participao de todos
os atores da escola (mostra de fotografias, filmes, vdeos, gincanas,
concursos, em favor da paz e da vida na escola, em favor da dignidade na
escola pblica e outras);
-
Semana de Preveno e combate violncia (concurso, jornais,
teatro, palestras, gincanas);
-
Palestras com temas atuais:
Drogas,
mdia e violncia
Prostituio
Infantil
Democracia
participativa
Sexualidade
Mudanas
no mundo do trabalho
Desemprego
Orientao
para a escolha profissional;
-
Debates sobre direitos e deveres;
-
Planejar com professores como resgatar o respeito nas relaes
no interior da escola;
-
Criar atividades artsticas (teatro de fantoche e
dramatizao) de modo a apresentar e dialogar com os alunos os problemas da escola;
-
eios educativos e culturais;
-
Incentivar grupos culturais, festivais de poesia, dana, etc.
4.
Conhecer e monitorar as formas de violncia
existentes
-
levantar e registrar dados sobre as diferentes formas de
manifestao da violncia na escola;
-
dialogar com agressores e vtimas;
-
assistir as vtimas;
-
orientar atravs de folhetos preventivos;
-
dialogar com os diversos setores da escola - alunos, pais e
equipe tcnica e istrativa;
-
solicitar orientao de rgos externos que atuam com o tema
e a proteo dos direitos.
6.
Capacitar os diferentes
segmentos (funcionrios e familiares) nos temas:
Relaes Humanas
Drogas
Violncia
Social
Gesto
democrtica
Gesto
de conflitos
tica e
Cidadania
Atualizao
jurdica (racismo, ECA, etc.)
Preconceitos
Sociais
Desigualdades
Sociais, Diversidade Cultural e Tolerncia
Oficinas
de Relaes Humanas
Identidades
tnicas e Culturais
Outros,
levantados a partir das necessidades concretas
6. Apoiar e assistir os
recursos humanos
-
grupos de apoio;
t
-
cursos;
-
oficinas de relaes humanas;
-
qualificar do ponto de vista metodolgico e temtico (gesto
democrtica, gesto de conflitos, psicodrama, participao social e
escolar);
-
discutir as especificidades e contribuies das diversas reas
de conhecimento e profissionais envolvidos;
-
promover intercmbio entre as escolas para monitorar e
assessorar as aes para enfrentar a violncia.
7. Incentivar e implementar
canais de participao:
-
Representantes de turma
-
Conselhos
-
Comisso de cidadania
7.
Gerir as relaes sociais:
-
Ouvir queixas;
-
Promover dilogo;
-
Monitorar e fiscalizar a istrao na gesto dos
conflitos;
-
Promover aes para divulgar os direitos e deveres do cidado;
-
levantar e encaminhar as violaes de direitos humanos;
-
Promover semanas, campanhas e eventos sobre a cidadania e
os
direitos humanos.
8.
Humanizar as condies de trabalho
-
Garantir a vigilncia, a limpeza;
-
Arborizar e preservar to ambiente;
-
Plano de cargos e salrios(incluso da equipe tcnica no plano
de cargos e salrios).
9.
Articular, solicitar, reivindicar, pressionar, cobrar o apoio de
rgos pblicos e da sociedade civil
Curadorias (Meio
ambiente, Criana e do Adolescente, do cidado)
Vara da Infncia e da
Juventude
Conselhos de Direitos e
Tutelares
Entidades
no-governamentais
10. Promover a participao e
a integrao da famlia e a escola
-
Promover assemblias com pais para escutar suas crticas, sugestes e formas de
cooperao;
-
Envolver os pais na formulao do regimento da escola;
-
Qualificar a metodologia das reunies com a famlia;
-
Promover eventos educativos e culturais com as famlias (bazar, festas,
mutiro de limpeza e servios de conserto, atividades culturais);
-
Discutir e encontrar alternativas para os problemas da escola;
-
Envolver os familiares nas aes de interesse coletivo;
-
Orientar e encaminhar a famlia para servios externos e rgos de
proteo;
-
Promover redes de
solidariedade;
- Promover a
associao de pais e mestres.
11. Incentivar a construo
de imagens em favor da
vida, da paz, da solidariedade, da qualidade e da dignidade dos
servios pblicos, da democracia, etc.
-
divulgar junto a mdia as alternativas criadas pelas escolas;
- criar
jornais na escola;
- montar
painis e murais;
- reunir
as escolas num seminrios sobre cidadania para que se possa socializar as
experincias e debater os diferentes temas atuais.
12. Gesto Escolar
-
conhecer as atribuies dos diferentes profissionais e dirigentes de modo a articular a
diviso de trabalho e as aes interdisciplinares a serem
implementadas;
- exercer
a autonomia no processo de matrcula, aprovao e documentao;
-
convocar o programa cidadania para a escola, assim como outros programas
que podem contribuir com a cidadania dos alunos e servidores;
-
construir de modo participativo o regimento da escola;
-
planejamento participativo;
-
controle social dos alunos e pais em relao aos servios prestados .
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