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Oficinas Aprendendo e Ensinando Direitos Humanos 5r6c19

O CURRCULO E AS MANIFESTAES DA
VIOLNCIA URBANA NA ESCOLA

Lcia Lemos Dias (1)
Maria de Nazar Tavares Zenaide (2)

1. Pblico Alvo

Professores/as e dirigentes da Rede Municipal de Ensino da cidade de Joo Pessoa.

2. Justificativa

As escolas tm sido um dos espaos sociais em que o fenmeno da violncia tem lugar. A compreenso analtica das manifestaes da violncia na escola envolvendo seus diferentes atores e formas, constitui um primeiro o para o entendimento do fenmeno e a busca de modos de trabalh-lo no cotidiano escolar.

Atualmente, muito tem se falado, divulgado e denunciado sobre o assunto. A interveno sobre as manifestaes da violncia no espao pedaggico, no pode cair numa postura alarmante e denunciatria. A escola como espao de produo de conhecimento e de cultura precisa construir uma postura analtica e responsvel com o amanh. A cultura do pnico que tem se produzido tpor diferentes meios na sociedade, apenas encobre a compreenso do fenmeno, reproduz preconceitos e produz pnico e impotncia na sociedade.

3. Objetivos

- Caracterizar a violncia numa perspectiva interdisciplinar;

- Aprofundar a fundamentao terica sobre o fenmeno da violncia;

- Construir uma pauta de ao para o espao escolar tomando como eixo a violncia e suas manifestaes atuais.

4. Durao 12 horas

5. Metodologia

5.1. Dinmica de Apresentao : cada participante se apresenta ao grupo itdentificando-se pelo nome, a escola e a funo que exerce.

5.2. Fase de Sensibilizao:

5.2.1- Dinmica: Cartografia da violncia

Cada participante, com o auxlio de uma folha de papel ofcio, tenta rememorar fatos da vida social que lembram situaes de violncia

5.2.2 -Dinmica da rvore:

Copa: as formas de manifestaes da violncia na sociedade

- Razes: As causas da violncia

t

- Tronco: Os canais e as intermediaes

- Reflexes

- Conceituao espontnea da violncia

5.2.3 -Dinmica da rvore

- Copa: As formas de manifestaes da violncia na escola

- Razes: As causas da violncia na escola

- Tronco: Os canais e as intermediaes

t

- Reflexes a partir do material apresentado pelo grupo

5.3. Fase da Fundamentao Terica

somos todos agentes modificadores e receptores das aes e das conseqncias construtivas e violentas reinantes na sociedade contempornea

&tnbsp; ( Levisky, 1977)

5.3.1.O fenmeno social da violncia:

Segundo os autores, a violncia um fenmeno antigo, no um fenmeno homogneo (violncias), assume muitas formas e prticas sociais: fsica, moral, ideolgica, sexual, econmica, ecolgica etc.

Explicaes histricas sobre o fenmeno da violncia(Andrade): 586sh

- Modernidade ( sc. XVI XX): viso negativa, explicada pelas idias de desvio, doena, destruio, maldade, crime, etc. A sociedade boa o indivduo mau ( ou o contrrio); 1y1o5

- Contemporaneidade ( sc. XX): vista como forma de expresso da insatisfao e da resistncia s diferentes formas de opresso. Relacionada ao poder e suas implicaes, em todos os nveis das relaes humanas: autoridade, limites, disciplina, direitos e deveres.

5.3.2. A compreenso interdisciplinar sobre o fenmeno

O exerccio da interlocuo de diferentes reas de conhecimento (poltico, econmico, cultural, sociolgico, psicolgico) para explicar as diferentes formas da violncia e ampliar sua interpretao. 72106u

5.3.3 - Contribuies multidisciplinares sobre a violncia 492n5f

a) Contribuio de uma das abordagens da psicologia para o entendimento da violncia na adolescncia:

A contradio de uma sociedade desigual gera tenso, desorganizao, desrespeito , ingredientes para as manifestaes da violncia fsica e moral. (Levisky, 1997)

Caractersticas da adolescncia:

Surgimento da capacidade reprodutora

Perdas, desinvestimentos e reinvestimentos afetivos

Novos valores ticos e morais

Delineamento da identidade

Fase de transio

O aparelho psquico vulnervel a presses internas e externas (biolgicas, psicolgicas, sociais, ticas, morais, polticas, econmicas).

Os impulsos se expressam atravs de: hbitos, costumes, tradies. O adolescente tende a descarregar seus impulsos agressivos e sexuais atravs do processo primrio (imediata satisfao dos desejos). Prescinde do processo secundrio (avaliao das consequncias, simbolizao e linguagem, possibilidade de postergao de desejos).

A cultura a expresso de uma violncia, se entendermos que os impulsos agressivos e libidinosos precisam encontrar descargas sublimadas, suficientemente reprimidas ou deludas, para que a vida social se torne vivel( Freud in Levisky)

O papel da mdia na construo da cultura da violncia. A banalizao da violncia legitima a violncia fsica como forma de soluo de conflitos, como um valor, um patdro de comportamento a ser incorporado valor de afirmao . ( Levisky, 1997)

b) Contribuio da Sociologia, da Cincia Poltica e dos Direitos Humanos para a compreenso do fenmeno da violncia na sociedade brasileira

- Violncia Estrutural

to carter autoritrio da formao brasileira gerou uma violncia estrutural, basicamente expressa nas desigualdades dos nveis de vida: na violncia da fome, da misria, da necessidade. Isto podemos imputar ao autoritarismo ou a ausncia de uma proposta igualitria e de justia nesta sociedade hirarquizada que gira em torno da manuteno de privilgios de uma pequena classe que sempre caracterizou o Brasil (Costa, Jurandir Freire. 1986)

- As mudanas no mundo do trabalho e sua interface com a violncia social

valores e identidades vinculados ao trabalho que serviam de diferenciao da populao pobre em relao aos bandidos vem sendo rompidos, principalmente pelas reformulaes presentes no mundo do trabalho. Tal questo vem propiciando que grandes contingentes dos jovens pobres se tornem cada vez mais seduzidos pela oferta do trfico e, por conseqncia, sejam tambm suas vtimas principais ( Tavares. Maria Helena. 1998)

- Desigualdade Social

refere-se distribuio diferenciada, numa escala de mais a menos, das riquezas produzidas ou apropriadas por uma determinada sociedade, entre os seus participantes. ( Nascimento, Elimar Pinheiro. 1995)

- Constituio Cultural da Desigualdade Social no Brasil

o principal vcio de constituio da sociedade brasileira, desde o seu nascimento, a desigualdade, algo que se incorporou aos nossos costumes, que est de certa forma incrustado na nossa alma .

( Comparato, Fbio. 1997)

- Racismo

uma ideologia que postula a existncia de hierarquia entre grupos humanos ( Brasil, Gnero e Raa, 1998)

- As Diferenas e as Desigualdades Sociais

As diferenas que tem origem natural ou cultural no induzem a um tratamento de superioridade ou inferioridade, mais ao contrrio elas exigem at mesmo um tratamento diferenciado. As desigualdades so sempre a manifestao de um corte horizontal na sociedade, estabelecendo-se camadas superiores, camadas inferiores e, entre elas pera sempre uma manifestao de desprezo, de hostilidade ou de explorao.

- Tolerncia

A desigualdade perversamente construda. A diferena construtiva e enriquecedora, garante a autenticidade, o direito identidade, diferena cultural, diferena de nossas razes. A desiguladade traz a semente da hierarquia , do superior e do inferior. Ela traz a semente da discriminao, que muitas vezes gera o dio. A tolerncia, portanto, representa igualmente o reconhecimento da diferena, nunca da desigualdade. o reconhecimento de que apesar das diferenas todos tem direitos iguais e individuais (Soares, Maria Victria Benevides. 1997)

- Excluso Social

um processo de estigmatizao crescente e perigoso, de um contigente social que perde, gradativamente, qualquer importncia econmica(...) dentro de um determinado paradgma de desenvolvimento t que parece presidir as transformaes tecnolgicas (...) um processo que est ocorrendo nas representaes que o imaginrio brasileiro tem do pobre ( anos 30 - coitado, anos 60/70 - malandro e anos 90 - perigoso) (...) o processo de no reconhecimento do outro como sujeito de direito

( Nascimento, Elimar Pinheiro. 1995)

- Excluso Moral

Reao de no indignao e de aparente aceitao de violaes de direitos do outro. Acontece quando pessoas que normalmente obedecem s leis aceitam aes brbaras contra indivduos e grupos, sem a aceitao de que isto viola regras consensuais de justia (Cardia, Nancy. 1994)

t

- Preconceito Social

uma indisposio, um julgamento prvio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por esteritipos ( Brasil, Gnero e Raa. 1998)

- Esteretipos

as pessoas deixam de avaliar os membros de um grupo pelas suas reais qualidades e am a julg-las por um atributo um carimbo. ( Brasil, Gnero e Raa. 1998)

- Discriminao Social

uma conduta ou omisso que viola direitos, das pesstoas com base em critrios injustificados e injustos tais com a raa, o sexo, a idade, a opo religiosa etc. ( Brasil, Gnero e Raa. 1998)

- Valores Republicanos

o respeito s leis acima das vontades particulares ... o respeito ao bem pblico acima do interesse privado ...e o sentido de responsabilidade no exerccio do poder ( Soares,Maria Victoria Benevides. 1995)

- Valores Democrticos

o amor igualdade e o conseqente horror aos privilgios... a aceitao da vontade da maioria e o respeito integral aos direitos humanos (Soares, 1995)

t

- Educao para os Direitos Humanos

pretende a formao de uma escolaridade autnoma, preparada para a solidariedade e a tolerncia. E tambm a formao de pessoas dispostas e capazes para a mudana, para a transformao, muitas vezes a transformao radical no sentido de ir s razes das condies scio-econmicas, das condies culturais e polticas da sociedade em que vivem e que muitas vezes negam e negligenciam os Direitos Humanos, a democracia e o compromisso com a Paz ( SOARES, Maria Victria Benevides , 1995)

- Direitos Humanos

os direitos humanos so naturais ... pois se referem pessoa humana em qualquer pas do mundo, antes de qualquer lei, e no precisam estar nela especificados, para serem exigidos, reconhecidos, protegidos e promovidos (...) so histrticos, construdos nas lutas sociais (...) so universais, pois so comuns a todos os seres humanos sem distino alguma de etnia, nacionalidade, cidadania poltica, sexo, classe social, nvel de instruo, cor, religio, opo sexual ou julgamento moral (Soares,Maria Victoria Benevides. 1998)

- Cidadania

a idia de cidadania eminentemente poltica e no est necessariamente ligada a valores universais, mas a decises polticas (...) os direitos de cidadania dizem respeito a uma determinada ordem jurdico-poltica de um pas, de um Estado. ( Soares, Maria Victoria Benevides. 1998)

c) Contribuies da Antropologia para a compreenso da Violncia: 3g4r3

- A violncia um fenmeno em permanente tconstruo, que apresenta mltiplas faces.

A violncia um objeto do qual procuramos sempre nos afastar e que apresenta uma fora apontada para o exterior

(Rifitis,Thephilos.1995 )

Imagens, Prtica e discursos da Violncia

O discurso sobre a violncia no compreende apenas a fala, nem consciente para quem o enuncia; ele tambm o no dito ou silenciado... um conjunto de enunciados, prticas e falas, que garantem a circulao das imagens sobre a prpria violncia ( Rifitis, Thephilos)

Imagem, Medo e Vtiolncia

O fantasma da violncia cultura do medo uma tendncia a homogeneizar as observaes relativas aos fenmenos associados a violncia. A memria alimenta o medo, que se nutre da fora do fantasma ( Rifitis, Thephilos)

O medo provoca a inibio da irrigao orgnica... torna lentas as funes vitais... produz regresso, impotncia, nusea, dor de cabea, frio nas extremidades, problemas digestivos... dissolve imagens como defesas (camaleo). No contexto urbano a violncia em forma de crime no a nica razo do medo.( ser desconhecido, ser confundido, ficar desamparado na rua, do outro, do diferente, de ficar sozinho e outros) (Regis Moraes, 1990)

Mdia e Violncia

Os meios de comunicao, quando introduzem o tema da violncia em suas pautas, colocam a discusso da violncia como tema imediato, construndo mediante uma recepo ritualizada um universo simblico que a longo prazo condiciona a percepo que o o receptor ter da realidade. ( Barros, 1987)

Os meios de comunicao ao veicular notcias sobre crimes com pessoas comuns, produzem uma compreenso especfica sobre o fenmeno da violncia, realimentando o temor das classes tidas como perigosas, reforando e atualizando os preconceitos em relao populao pobre e seus espaos de moradia.

c) Tendncias atuais no estudo da violncia (Rifitis):

O debate na Associao Brasileira de Antropologia ABA, constata como dificuldade no estudo da violncia a falta de referencial terico um objeto ainda em construo, que demanda ainda muita observao sistemtica, descrio positiva et uma postura analtica.

Questes postas no debate entre pesquisadores da rea:

- Os recortes atuais no estudo da violncia so: criminalidade, gnero, minorias tnicas, meninos de rua, mdia, violncia institucional, conflitos de geraes etc.;

- Existe uma produo esquemtica nos estudos da violncia no Brasil ( concentrao nos anos 80 cidadania e limites da ao do Estado);

- A partir de Foucault possvel construir um novo domnio terico - abordagem da violncia nas micro relaes da sociedade e nas relaes de poder nas diferentes redes e lugares ( relao pais e filhos escola trabalho);

- O estudo da violncia se coloca num territrio ( um espao vivido e um sistema perceptvel em constante alterao) em constante disputa e no pertence a uma cincia em particular;

- A construo do conceito dever partir o mais prximo possvel da experincia concreta;

- A violncia um objeto em constante construo;

- A primazia dos discursos sobre a violncia:

discurso denunciatrio

- o discurso em defesa dos que sofrem a violncia

- valorizao negativa implcita no discurso

- reclama o fim da violncia

discurso analtico

- abordagem mais prxima da experincia concreta

- pluralidade de manifestaes da violncia

- significao da violncia( construo das subjetividades daqueles que vivenciam a experincia da violncia)

- Pluralidade do fenmeno

dos locais ( esporte, trnsito, ruas, prises)

das formas (fome, criminalidade),

t

dos atores sociais ( mulheres, crianas, idosos)

dos tipos ( fsica, psicolgica, simblica)

- Amplitude do campo semntico leva a uma leitura subjetiva de aumento da violncia (a fora da fantasia como construes defensivas, sublimaes e ornamentaes dos fatos)

- O discurso da violncia no compreende apenas o que se fala, netm consciente para quem o enuncia, ele tambm o no dito, o silenciado

- O discurso catastrfico domina todo o cotidiano e coloca o fenmeno para o externo ( para o outro) (uma fora para o exterior)

- O discurso alarmista alimenta os medos face as incertezas sociais

- A Positividade da Violncia: a colocao do problema para alm do crculo da criminalidade e da fantasmagoria a ela associada:

a)como elemento instaurador de identidades sociais

t

b)uma fora dispersiva em contraposio aos processos de controle e homogeneizao

c)um instrumento para a construo ou garantia de manuteno de subjetividades

- O momento atual demanda para o estudo analtico do fenmeno: descrever positivamente as situaes de violncia identificar como elas so vivenciadas e percebidas segundo os diferentes agentes envolvidos

5.3.4. Aproximaes Conceituaes sobre a Violncia 5es2b

Vocabulrio latim = ato de violentar constrangimento fsico ou moral, ao que pode ser acrtescentada a coao ou coero psicolgica

uma reao conseqente a um sentimento de ameaa ou de falncia da capacidade psquica em ar o conjunto de presses internas e externas a que est submetida ( Levisky, 1995)

um artefato da cultura e no o seu artfice... ela uma particularidade do viver social, um tipo de negociao, que pelo emprego da fora ou da agressividade visa encontrar solues para conflitos que no se deixam resolver pelo dilogo e pela cooperao(Costa, 1986)

a violncia nas suas mltiplas formas, representada como um domnio da experincia social que permeia as brechas da crise da modernidade e a busca de alternativas interpretativas para a sociedade contempornea (Rifitis)

5.3.5 Escola, Violncia e Prticas Institucionais

a) A Escola como espao pblico de:

- construo da igualdade

- gesto de interesses, direitos e deveres

- processos de deciso

- gesto de funcionrios e alunos

- compromisso com o que pblico

- construo de um projeto coletivo democrtico

- construo de cidados e pessoas humanas

- formao de profissionais para a sociedade

b) A Escola como espao de construo de cultura e de relaes humanas

- respeito

- justia

t

- solidariedade

- compromisso

- igualdade

- democracia

- gesto de conflitos

c) O educador em direitos humanos :

um agente social que intencionalmente cria condies para a produo de conhecimentos que induzem tanto a tomada de conscincia, como ao desenvolvimento de um comportamento conseqente com a vigncia, defesa e promoo dos direitos humanos (Bovi)

d) A Violncia e suas formas de manifestaes na Escola Cosntrundo a leitura da violncia no espao escolar

- Pluralidade dos locais

na sala de aula

no recreio

na famlia

na istrao

- Pluralidade das formas

Materiais:

falta de material didtico

falta de condies bsicas de trabalho

baixo salrios

tico-polticas:

manifestaes de desigualdades

falta de compromisso com o que pblico

negao dos direitos do outro

expulso

reprovao

evaso

desmotivao

falta de dilogo e cooperao

injustias

depredao do patrimnio

transferncia de responsabilidades

ausncia de uma poltica de capacitao

ausncia de negociao dos conflitos

Culturais:

preconceitos e discriminao

autoritarismo

clientelismo

Fsicas:

maus tratos

castigos corporais

- Pluralidade de atores

professores

pessoal de apoio

alunos

direo

- Pluralidade dos tipos

fsica

psicolgica

simblica

cognitiva

5.3.6. Construndo Mecanismos de Monitoramento da Violncia no Espao Escolar:

- Conhecer a realidade da escola, deficincias, caractersticas e recursos

- Informar e capacitar os atores da escola

- Conhecer as diferentes formas de manifestao e atendimento sobre o fenmeno

- Melhorar a qualidade das relaes e atendimento

- Estabelecer providncias a serem efetuadas internamente e com atores externos

5.4. Fechamento da Oficina: Construindo Pautas de Ao com a Escola

somos todos agentes modificadores e receptores das aes e das conseqncias construtivas e violentas reinantes na sociedade contempornea

O que podemos propor como meio para atenuar as manisfestaes da violncia na Escola?

a) Informao, acompanhamento, assistncia e avaliao da violncia

b) Gesto escolar

c) Capacitao

d) Aes Educativas

e) Relaes Interpessoais: Relao professor aluno

Relao istrao e corpo tcnico

Relao escola e famlia

Relao escola e Estado

f) Articulao com atores externos

- Conselhos de Direitos

t

- Poder executivo e judicirio

- rgos da sociedade civil

pauta de aes para enfrentar as manifestaes da violncia na escola: 5fv6y

1. Criar canais de liberao das energias vitais e da agressividade

- Esporte (campeonatos, atividades recreativas);

- Cultura (Mostra de filmes, teatro popular ,biblioteca, oficina de literatura);

- Oficinas de Artes;

- Educao Ambiental (vdeos, distribuio de folhetos, mutiro ou oficina de limpeza, arborizao, horta comunitria).

t

2. Criar uma cultura de paz e solidariedade:

- Desarmar nimos;

- Fortalecer a vigilncia;

- Criar formas de desarmamento.

3. Educar para a Cidadania

- Campanhas Educativas construdas com a participao de todos os atores da escola (mostra de fotografias, filmes, vdeos, gincanas, concursos, em favor da paz e da vida na escola, em favor da dignidade na escola pblica e outras);

- Semana de Preveno e combate violncia (concurso, jornais, teatro, palestras, gincanas);

- Palestras com temas atuais:

Drogas, mdia e violncia

Prostituio Infantil

Democracia participativa

Sexualidade

Mudanas no mundo do trabalho

Desemprego

Orientao para a escolha profissional;

- Debates sobre direitos e deveres;

- Planejar com professores como resgatar o respeito nas relaes no interior da escola;

- Criar atividades artsticas (teatro de fantoche e dramatizao) de modo a apresentar e dialogar com os alunos os problemas da escola;

- eios educativos e culturais;

- Incentivar grupos culturais, festivais de poesia, dana, etc.

4. Conhecer e monitorar as formas de violncia existentes

- levantar e registrar dados sobre as diferentes formas de manifestao da violncia na escola;

- dialogar com agressores e vtimas;

- assistir as vtimas;

- orientar atravs de folhetos preventivos;

- dialogar com os diversos setores da escola - alunos, pais e equipe tcnica e istrativa;

- solicitar orientao de rgos externos que atuam com o tema e a proteo dos direitos.

6. Capacitar os diferentes segmentos (funcionrios e familiares) nos temas:

Relaes Humanas

Drogas

Violncia Social

Gesto democrtica

Gesto de conflitos

tica e Cidadania

Atualizao jurdica (racismo, ECA, etc.)

Preconceitos Sociais

Desigualdades Sociais, Diversidade Cultural e Tolerncia

Oficinas de Relaes Humanas

Identidades tnicas e Culturais

Outros, levantados a partir das necessidades concretas

6. Apoiar e assistir os recursos humanos

- grupos de apoio;

t

- cursos;

- oficinas de relaes humanas;

- qualificar do ponto de vista metodolgico e temtico (gesto democrtica, gesto de conflitos, psicodrama, participao social e escolar);

- discutir as especificidades e contribuies das diversas reas de conhecimento e profissionais envolvidos;

- promover intercmbio entre as escolas para monitorar e assessorar as aes para enfrentar a violncia.

7. Incentivar e implementar canais de participao:

- Representantes de turma

- Conselhos

- Comisso de cidadania

7. Gerir as relaes sociais:

- Ouvir queixas;

- Promover dilogo;

- Monitorar e fiscalizar a istrao na gesto dos conflitos;

- Promover aes para divulgar os direitos e deveres do cidado;

- levantar e encaminhar as violaes de direitos humanos;

- Promover semanas, campanhas e eventos sobre a cidadania e

os direitos humanos.

8. Humanizar as condies de trabalho

- Garantir a vigilncia, a limpeza;

- Arborizar e preservar to ambiente;

- Plano de cargos e salrios(incluso da equipe tcnica no plano de cargos e salrios).

9. Articular, solicitar, reivindicar, pressionar, cobrar o apoio de rgos pblicos e da sociedade civil

Curadorias (Meio ambiente, Criana e do Adolescente, do cidado)

Vara da Infncia e da Juventude

Conselhos de Direitos e Tutelares

Entidades no-governamentais

10. Promover a participao e a integrao da famlia e a escola

- Promover assemblias com pais para escutar suas crticas, sugestes e formas de cooperao;

- Envolver os pais na formulao do regimento da escola;

- Qualificar a metodologia das reunies com a famlia;

- Promover eventos educativos e culturais com as famlias (bazar, festas, mutiro de limpeza e servios de conserto, atividades culturais);

- Discutir e encontrar alternativas para os problemas da escola;

- Envolver os familiares nas aes de interesse coletivo;

- Orientar e encaminhar a famlia para servios externos e rgos de proteo;

- Promover redes de solidariedade;

- Promover a associao de pais e mestres.

11. Incentivar a construo de imagens em favor da vida, da paz, da solidariedade, da qualidade e da dignidade dos servios pblicos, da democracia, etc.

- divulgar junto a mdia as alternativas criadas pelas escolas;

- criar jornais na escola;

- montar painis e murais;

- reunir as escolas num seminrios sobre cidadania para que se possa socializar as experincias e debater os diferentes temas atuais.

12. Gesto Escolar

- conhecer as atribuies dos diferentes profissionais e dirigentes de modo a articular a diviso de trabalho e as aes interdisciplinares a serem implementadas;

- exercer a autonomia no processo de matrcula, aprovao e documentao;

- convocar o programa cidadania para a escola, assim como outros programas que podem contribuir com a cidadania dos alunos e servidores;

- construir de modo participativo o regimento da escola;

- planejamento participativo;

- controle social dos alunos e pais em relao aos servios prestados .

Bibliografia Consultada

ANDRADE, Fernando C.B. de Violncia na Escola: Elementos para Re-flexo e Ao. Joo Pessoa. UFPB (mimeo)

BARROS. Filho, Clvis in: Revista Violncia em Debate. So Paulo. Ed. Moderna. 1987

BRASIL. Brasil, Gnero e Raa. Todos unidos pela igualdade de oportu-nidades: teoria e prtica . Braslia. 1998

CANDAU, Vera Maria. et. al. Tecendo a Cidadania oficinas pedaggicas de direitos humanos. Petrplis. Vozes. 1995

CARDIA, Nancy. Direitos Humanos: Ausncia de Cidadania e Exclu-so Moral. Comisso Justia e Paz de So Paulo. 1995

COMPARATO, Fbio. O Princpio da Igualdade e a Escola. in: Cadernos de Pesquisa, Fundao Carlos Chagas. So Paulo. Ed. Cortez, julho 1998, n. 104

Jornal da Rede Brasileira de Educao em Direitos Humanos. Setembro de 1997

Jornal da Rede Brasileira de Educao em Direitos Humanos. Julho 1998

LEVISKY, David. Lo e colaboradores. Adolescncia e Violncia Conseqncias da realidade Brasileira. Porto Alegre. Artes Mdicas. 1997

t

MORAIS. Regis de. O que Violncia Urbana? Editora Braziliense. So Paulo 1990

NASCIMENTO, Elimar Pinheiro. Hipteses sobre o problema da nova excluso social no Brasil. Braslia. UNB. 1995 (mimeo)

RIFITIS, Theophilos. Nos Campos da Violncia: diferena e positivi-dade. Florianpolis. UFSC (mimeo)

____. Entre dois amores...Apontamentos sobre um dilema tico no estudo da violncia: cidadania, democracia e diferena. Florianpolis. UFSC (mimeo

____. O Fantasma da Violncia. Reflexets sobre foras centrfugase um objeto em revoluo. V Reunio da ABA . Tramanda. 1995 (mimeo)

SOARES, Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e Direitos Humanos in: Cadernos de Pesquisa, Fundao Carlos Chagas, julho 1998, n. 104

TAVARES, Maria Helena. A Violncia e suas Representaes. Rio de Ja-neiro. 1998 (mimeo)

1 - Membro da Comisso de Direitos Humanos e assessora de extenso da Pr-Reitoria para Assuntos Comunitrios da UFPB


2 - Professora do Departamento de Servio Social da UFPB e presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidado

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